quinta-feira, 16 de maio de 2013

Brincar com mapas e imagens 3D

Mapas e imagens em 3D

  
   Podemos explorar as imagens em anaglifos (ou anáglifos) - aquelas que dependem dos óculos vermelho-azul para que se consiga o efeito 3D- com alunos bem novos. Aliás, não estou só nessa consideração, basta ver a foto de uma classe estadunidense abaixo. A utilização didática das imagens em 3D é coisa antiga. Alguns livros de Geografia Física estadunidenses dos anos 1950 viam acompanhadas com os famosos óculos "azul-e-vermelho."   
     A tecnologia 3D tem se popularizado mais ainda nos últimos anos e as crianças têm tido acesso a ela desde muito cedo, então, utilizá-la para fins de aprendizagem seria apenas uma continuidade do que ela já vivencia. Um cuidado deve ser tomado: o de não exagerar no tempo de uso ininterrupto com os tais óculos.  Trinta minutos seguidos de uso é um tempo razoável - dá para se analisar várias imagens e não causa desconforto visual aos pequenos...

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       Antes de mais nada é necessário que se faça o óculos azul-vermelho.

    É fácil. Imprima e recorte o molde abaixo. Recorte, abrindo, obviamente as janelas "vermelho" e "azul" e cole no lugar papel celofane dessas cores nas devidas janelas, temos assim os óculos.
     Para obter o efeito 3D, a lente azul fica no olho direito e a lente vermelha no olho esquerdo.



como fazer óculos 3d


oculos-3d-para-vender

     Com os óculos em mãos exercite a visualização de variações de altitude em imagens anaglíficas obtidas por satélites e em mapas anaglíficos, facilmente encontrados na internet. Eu sugiro que se comece por imagens que os alunos conhecem e que ao mesmo tempo os fascinam. Vejam por exemplo o vulcão Santa Helena abaixo:




Os alunos normalmente são fascinados pelos vulcões. O Vulcão Santa Helena no estado de Washington, noroeste dos EUA, é um dos mais estudados do mundo. Utilize as imagem acima para que os alunos vejam a imagem, a partir do alto, da caldeira do vulcão e de suas paredes laterais. A imagem em 3D é impressionante.  Depois deixe que os mesmos tentem entender a imagem abaixo, que é do mesmo vulcão, agora desenhado topograficamente. É um mapa anaglífico e necessita também do óculos 3D.
Observe com o aluno que o mapa e a foto são da mesma área. O mapa segue a convenção cartográfico e o norte ocupa a parte superior da imagem, portanto, a parte arrebentada do vulcão é a vertente norte. Uma atividade possível então é perguntar à criança pelos cardeais na fotografia. 
Uma atividade divertida possível, para perceber se o aluno consegue ver o efeito tridimensional e  ao mesmo tempo fazer com que ele observe as características das "curvas de nível" seria a seguintes: colar a imagem de um carrinho com a frente para a caldeira e perguntar se o mesmo está subindo ou descendo a vertente do Santa Helena. Tanto o efeito 3D quanto a análise das curvas de nível poderão indicar a resposta.



Obviamente a escala do carrinho está muito exagerada, mas o interesse aqui é constatar se a criança está percebendo bem o efeito 3D.


Na imagem abaixo marcamos os pontos A e B e duas possíveis trajetórias, a reta e a curva. Analisando o relevo em 3D podemos perguntar: qual trajetória é mais tranquilo para uma caminhada sem grandes esforços. Se o aluno interpreta bem a imagem não terá dificuldades para dizer que é a trajetória curva, pois ela se dá em topografia plana, enquanto a trajetória reta implicaria em escaladas difíceis e descida íngreme...
 Com atividades assim a criança vai percebendo que os vales são "passagens" importantes. Em Minas Gerais temos cidades nascidas em passagens desse tipo. As Bandeiras e depois as tropas com suas mulas procuravam os melhores itinerários para fazer a difícil travessia  da "muralha" que a Serra da Mantiqueira representava. Os nomes de algumas dessas cidades não negam suas origens: Passa Quatro, Passa Vinte, Pouso Alegre, Pouso Alto...



Abaixo vai a imagem anaglífica da área de Salt Lake City com o lago, a cidade e as montanhas que a cercam. Uma atividade semelhante à citada acima pode ser feita ressaltando novamente o vale como passagem importante (reparar bem ao centro da fotografia).





Com a imagem abaixo pode ser feito o mesmo (Numata - Japão). Mas divertido mesmo é imaginar uma viagem cruzando as pontes a nordeste, na estrada que cruza a área. É bom lembrar que o anáglifo exagera a escala vertical da elevação...  

 


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